“Na época, me interessava muito mostrar a qualidade dos artesãos da Oca. Então imaginei fazer algo como o caso da costura dos elementos de couro, com o foco em mostrar a qualidade. E imaginei a cadeira Aspas. A cadeira teria certos detalhes lúdicos ou então detalhes que tinham uma relação longínqua com móveis de estilo e uma certa brincadeira, que já era a minha paixão pelos vikings de ter um chifre daquele jeito. Daí veio também o nome Chifruda. Um encosto de cabeça com aquele formato acentuado. O que aconteceu é que fiz essa cadeira e o pessoal achou muito estranho aquilo, sabe? E eu achando muito gozado. Naquele tempo, os puros acharam aquela coisa um pouco estranha. Uma falta de gosto. Eu que não tenho nada a ver com isso, né? Eles gostarem ou não já não era um problema meu. A intenção não era essa. Então a exposição O móvel como objeto de arte, em 1962, foi um sucesso porque apresentou o nome do pessoal da pesada. E isso foi bem simpático, e também chamou atenção para a Aspas. Jaime Maurício, que era o mestre, o crítico de arte que nos orientava na parte de exposições, fez um aparte no jornal Correio da Manhã em que destaca a exposição. Foi uma exposição um pouco badalada, não tanto quanto eu queria, quanto eu desejava, mas o suficiente para ser comentada.” (Sergio Rodrigues)
Uma poltrona, uma obra de arte
3d Warehouse: Bloco – Chifruda